“Cuide
de você mesmo e da doutrina”
(1 Timóteo 4.16).
A
Bíblia fala que os últimos dias serão difíceis (cf. 2 Timóteo
3.1), não somente em relação aos fatos que acontecem no mundo
contemporâneo, mas também em relação à vida cristã no contexto atual, visto que
a decadência espiritual da igreja evangélica brasileira se torna mais evidente
a cada dia. Talvez você esteja se indagando: “como falar em decadência da igreja
evangélica brasileira quando ela mais cresce?” No contexto das Escrituras, não
se pode medir o sucesso de uma igreja pelo seu crescimento, até por que esse
não é o padrão de Deus, nem pode ser o nosso. O padrão de Deus continua sendo o
da obediência à sua Palavra, ou seja, a igreja precisa estar alinhada com a
vontade de Deus, presente nas Escrituras. Portanto, neste post, apresento três motivos que apontam para a decadência espiritual
da igreja evangélica no Brasil.
1.
A predominância da Teologia do Domínio e da Prosperidade nos púlpitos de muitas
denominações – inclusive pentecostais e reformadas -evidencia essa decadência. Essas
teologias, que têm em sua essência uma visão materialista da vida, propõem que
a igreja domine o mundo e se aposse dos recursos materiais que estão ao seu
redor. Em face disso, é comum vermos igrejas evangélicas envolvidas na política
partidária e/ou iludindo seus membros com promessas de prosperidade que não
existem na realidade de muitos desses irmãos. Além disso, torna-se cada vez
mais comum o surgimento de igrejas que se assemelham mais aos padrões do mundo,
com práticas e liturgias estranhas à Palavra de Deus. Com isso, presenciamos,
nos dias atuais, a deturpação do evangelho de Cristo, numa evidência de que a
igreja evangélica está em decadência espiritual.
2.
O notório interesse materialista e financeiro de certas lideranças evangélicas,
que fazem uso da Palavra de Deus apenas para atender a seus propósitos mesquinhos
e egoístas, também evidencia essa decadência (cf. 2
Pedro 2.1). Esses líderes, sem nenhum compromisso com as doutrinas
bíblicas que nos fazem caminhar dentro da vontade de Deus, nos púlpitos de
várias igrejas e nas redes sociais, insistem em manipular seus seguidores com
falsas promessas de prosperidade, exibindo ostentações – carros e relógios de
luxo e roupas de grife - para atraírem as pessoas e, com isso, aumentarem sua
fortuna pessoal. Assim, eles promovem um evangelho no qual “o destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e
a glória deles está naquilo de que deviam se envergonhar, visto que só pensam
nas coisas terrenas” (Filipenses 3.19), contribuindo para a decadência
espiritual da igreja evangélica.
3.
A influência de homens ímpios, isto é, não convertidos, que estão dentro das
igrejas – ou com acesso a elas e às suas lideranças – também tem contribuído
para a decadência da igreja evangélica. Esses homens, geralmente políticos que
se dizem crentes, circulam pelas igrejas evangélicas apenas em busca de votos,
influenciando as lideranças com promessas e presentes para cooptarem os votos
dos irmãos. O objetivo deles, no entanto, não é fazer parte do povo de Deus, compartilhando
da mesma fé, mas apenas tirar proveito da fé e da ingenuidade dos irmãos,
fazendo deles objeto de negócio, já previsto pela Palavra do Senhor: “Movidos por avareza, eles explorarão vocês com palavras
fictícias” (2 Pedro 2.3). Desse modo, fica ainda mais evidente a decadência
espiritual da igreja evangélica brasileira.
Em face dos problemas acima expostos, não é difícil concluir que a igreja
evangélica brasileira caminha às cegas, em evidente decadência espiritual, distante
da missão que o Senhor lhe confiou enquanto agência propagadora do reino de
Deus neste mundo. Há exceções, é claro, pois é possível vermos algumas igrejas que ainda resistem a esses apelos mundanos. Resta a nós, portanto, crentes em Cristo que de perto presenciamos essa
realidade, confiarmos no Senhor, cuidando de nós mesmos e da doutrina. A Bíblia
ainda fala!