A lei da fé e a lei do Espírito

 


“Para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”

(Romanos 8.4)

A Bíblia fala, no contexto do Novo Testamento, sobre a “lei da fé” e a “lei do Espírito”, em oposição à “lei das obras”, uma referência à lei presente no Antigo Testamente, caracterizada por várias ordenanças que prescreviam a relação entre Deus e o seu povo Israel. Neste post, mostramos o que representam essas duas leis e suas implicações para as nossas vidas.

1. A “lei da fé” aparece em Romanos, quando o apóstolo Paulo diz: “Onde fica, então, o orgulho? Foi totalmente excluído. Por meio de que lei? A lei das obras? Não! Pelo contrário, por meio da lei da fé” (Romanos 3.27). No contexto em que essa expressão é utilizada, percebemos que o apóstolo faz alusão à fé em Jesus para a salvação. Para ele, a fé na pessoa de Cristo é suficiente para a salvação do crente, sem que ele precise observar as obras da lei da Antiga Aliança. O texto sagrado afirma: “É a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem. Porque não há distinção” (Romanos 3.22). Assim, por exemplo, o crente em Cristo não está sujeito a guardar um dia da semana – seja o sábado ou o domingo – nem está sujeito a seguir a dieta judaica para ser salvo ou precise cumprir algum rito religioso para agradar a Deus, pois a sua fé em Jesus, o único que cumpriu toda a lei perfeitamente, garante a sua justificação diante de Deus e consequente salvação. Diante desse fato, o apóstolo enfatiza: “Concluímos, pois, que o ser humano é justificado pela fé, independentemente das obras da lei” (Romanos 3.28).

2. A “lei do Espírito” também aparece em Romanos, nos seguintes termos: “Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte” (Romanos 8.2). No contexto em que essa expressão é utilizada, percebemos que o apóstolo faz alusão à nova vida do crente em Cristo (2 Coríntios 5.17), marcada pela presença do Espírito Santo no momento em que ele creu em Cristo ao ouvir o evangelho (Gálatas 3.5). Vale salientarmos que, na Nova Aliança, a presença do Espírito Santo é uma constante na vida do crente, que passou a ser templo do Espírito Santo ao aceitar Jesus como seu Salvador (1 Coríntio 6.19). O próprio Jesus garantiu o envio do Espírito e sua habitação na vida dos salvos (João 14.17). Desse modo, em face da atuação do Espírito em sua vida, o crente em Cristo é capacitado para viver a vida cristã dentro da vontade de Deus, razão por que ele não adultera, nem rouba, nem cobiça nem faz qualquer coisa indecente que desagrade a Deus. Por conseguinte, é a “lei do Espírito”, gravada em seu coração, que lhe capacita para viver uma vida de santidade na presença de Deus.

Portanto, a “lei da fé” e a “lei do Espírito” são expressões figurativas presentes no Novo Testamento que, em seu contexto de uso, acompanham a vida do crente na sua relação com Deus, indicando que essa relação, na dispensação da graça, tem em sua essência a fé e o Espírito Santo como elementos fundamentais dentro do plano de salvação de Deus (Romanos 8.9). A Bíblia ainda fala! 

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