O crente e a lei

 


“Assim, meus irmãos, também vocês morreram para a lei”

(Romanos 7.4)

A Bíblia fala sobre a relação do crente com a lei, considerando a sua posição em Cristo na Nova Aliança. Na visão neotestamentária, o crente em Cristo não está obrigado a viver sob as ordenanças da lei, como queriam alguns mestres judeus no início da igreja primitiva. Infelizmente, ainda hoje vemos igrejas cristãs com a mesma cosmovisão desses mestres, impondo aos seus membros a observância de alguns mandamentos da lei da Antiga Aliança como garantia de salvação. Neste post, destacamos três fatos que evidenciam a posição do crente em relação à lei.

1. O crente em Cristo não vive debaixo da lei da Antiga Aliança que Deus fez com o seu povo Israel, conforme afirma o texto sagrado: ...para ganhar os que vivem debaixo da Lei, embora eu não esteja debaixo da Lei” (1 Coríntios 9.20). Dessa forma, fica claro que o crente vive debaixo da Nova Aliança, isto é, da graça, que, por meio de Cristo (Mateus 26.28; Hebreus 12.24), Deus fez com os seres humanos: “Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos” (Tito 2.11). Esse novo pacto já fazia parte dos planos de Deus para a humanidade, envolvendo leis que são escritas nos corações (Jeremias 31.33; Hebreus 8.10), tanto de judeus como de gentios (Efésios 2.14-16), possibilitando-os, portanto, que vivam não mais sob as ordenanças da lei, mas sob o poder do Espírito Santo que os capacita para viverem em obediência a Deus (Romanos 8. 1-6).

2. O crente em Cristo está morto para a lei, estando livre das exigências dela em razão de sua posição em Cristo, conforme lemos: “Assim, meus irmãos, também vocês morreram para a lei” (Romanos 7.4). Em face disso, ele não está obrigado a observar certos preceitos da lei como, por exemplo, a guarda do sábado - ou qualquer outro dia da semana - ou ter que se abster de certos alimentos – como a carne de porco – pois essas coisas são “sombras das coisas futuras” (Colossenses 2.16,17)), por apontarem para Cristo, encerrando-se nele. Além disso, fica evidente que o crente não mata, não rouba, não adultera, nem dá falso testemunho, etc. não porque esteja sujeito a uma lei, mas porque, pelo Espírito Santo, é renovado e capacitado para obedecer a Deus, como sugere o texto bíblico: “Agora, porém, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo a que estávamos sujeitos, para que sirvamos da maneira nova, segundo o Espírito, e não da maneira antiga, segundo a letra” (Romanos 7.6). Assim, morto para a lei – e, por extensão, para o pecado por ela descrito (Romanos 6.11) - o crente pode viver em novidade de vida pela atuação graciosa do Espírito Santo em seu coração (Romanos 6.4).

3. O crente em Cristo se relaciona com Deus não por meio da lei, mas mediante a justiça de Cristo que a ele é aplicada quando crer no Senhor: “Mas, agora, sem lei, a justiça de Deus se manifestou, sendo testemunhada pela Lei e pelos Profetas. É a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem” (Romanos 3.21,22). Por isso, o crente que busca na lei uma alternativa para se relacionar com Deus, despreza a graça de Cristo em sua vida, vivendo separado dele: “Vocês que procuram justificar-se pela lei estão separados de Cristo; vocês caíram da graça de Deus” (Gálatas 5.4). Logo, torna-se evidente que “ninguém será justificado diante de Deus pelas obras da lei” (Romanos 3.20).

Finalizando, compreendemos que o crente em Cristo, à luz do Novo Testamento, não está obrigado a guardar a lei da Antiga Aliança para garantir a sua salvação eterna. Esta, segundo os ensinamentos da Palavra de Deus, é o resultado da fé em Jesus, “o fim da lei para todo aquele que crê” (Romanos 10.4). A Bíblia ainda fala!

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