“Você não nos defraudou, nem nos oprimiu, nem
tomou coisa alguma das mãos de ninguém”
(1
Samuel 12.4)
A
Bíblia fala sobre política, apresentando-nos alguns princípios norteadores para
que possamos participar do processo eleitoral de forma consciente, exercendo a
nossa cidadania terrena com consciência e temor a Deus. Como já dissemos em
outro post[1], o crente não está
obrigado a votar em outro crente apenas por ser seu irmão em Cristo. Essa ideia
equivocada, muito comum no período eleitoral, foi disseminada pelos apoiadores
da Teologia do Domínio, presente em várias igrejas evangélicas na atualidade. Neste
post, apresentamos três princípios bíblicos que devem nortear a vida do
cristão na hora de escolher o seu representante político no período eleitoral.
1. O
crente deve votar no candidato que seja capaz de gerir situações adversas ao
longo de seu mandato, provendo condições para que as pessoas trabalhem e tenham
recursos para sobreviverem e superarem os obstáculos que, às vezes, a vida
impõe. É o que depreendemos do contexto em que José, na condição de governador
do Egito – portanto um cargo político – fez para promover o bem-estar do povo
egípcio de sua época em meio a extrema necessidade (cf. Gênesis 47.13-25). Assim, o candidato que, comprovadamente, não
tem essa habilidade, tão essencial no contexto em que nós vivemos atualmente,
não pode receber o nosso voto sob hipótese nenhuma.
2. O
crente deve votar no candidato que, na sua vida pessoal ou política, não
carregue consigo nenhuma acusação de corrupção, fraude ou de opressão aos mais
vulneráveis. É o que depreendemos das palavras de Samuel que, além de profeta,
exercia funções políticas no cotidiano do povo israelita de sua época. Já velho
e prevendo sua morte, ele fez o seguinte questionamento aos líderes do povo: “Eis-me aqui. Testemunhem contra mim diante
do Senhor e diante do seu ungido: de quem tomei o boi? De quem tomei
o jumento? A quem enganei? A quem oprimi? E das mãos de quem aceitei suborno
para encobrir com ele os meus olhos? Falem, e eu o restituirei. Então responderam: Você não nos defraudou, nem nos oprimiu, nem
tomou coisa alguma das mãos de ninguém” (1 Samuel 12.3,4). Desse modo,
o candidato que não tem nenhuma idoneidade moral para o cargo que preiteia,
estando comprovadamente envolvido em algum escândalo de corrupção ou suborno,
não merece o nosso voto em nenhum momento.
3. O
crente deve votar no candidato que faça diferença entre os bons e os maus,
criando leis rígidas e as utilizando para punir severamente aqueles que não quiserem
viver uma vida em sociedade de forma correta e justa, fazendo o bem. O texto
sagrado saliente: “Porque os magistrados não são
para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Você quer viver sem
medo da autoridade? Faça o bem e você terá louvor dela, pois a
autoridade é ministro de Deus para o seu bem. Mas, se você fizer o mal, então
tenha medo, porque não é sem motivo que a autoridade traz a espada; pois é
ministro de Deus, vingador, para castigar quem pratica o mal” (Romanos
13.3,4). Sendo assim, o candidato que não faz essa distinção entre bons e maus,
sendo maleável com estes em detrimento daqueles não é digno de nosso voto, devendo
ser descartado como político.
Portanto,
compreendermos que não é fácil escolher bem um candidato. No entanto, seguindo
esses princípios da Palavra de Deus, podemos votar com confiança em alguém,
seja ele crente ou não, tendo em mente que, posteriormente, precisaremos
interceder por ele a Deus “para que vivamos vida
mansa e tranquila, com toda piedade e respeito” (1Timóteo 2.1,2). A
Bíblia ainda fala!