Três conselhos bíblicos sobre política

 


“Orem em favor dos reis e de todos os que exercem autoridade” 

(1 Timóteo 2.1,2)

A Bíblia fala sobre política, apresentando orientações e sugestões práticas e orientadoras que nos conduzem no exercício de nossa cidadania terrena. Deixamos claro aqui que a Bíblia em momento algum orienta a igreja a promover política partidária, sendo essa prática o resultado de uma teologia equivocada – a Teologia do Domínio - presente em muitas igrejas com a anuência de suas lideranças, que fazem dos irmãos objeto de negócio para proveito pessoal (cf. 2 Pedro 2.1). Neste post, apresentamos três conselhos bíblicos que se encaixam perfeitamente dentro do contexto político em que vivemos.

1.  O crente em Cristo precisa saber que tem o dever de orar pelas autoridades políticas e demais autoridades que estão em eminência no nosso país, dando a Deus graças pela sua existência. O texto sagrado aconselha: Antes de tudo, peço que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças em favor de todas as pessoas. Orem em favor dos reis e de todos os que exercem autoridade para que vivamos vida mansa e tranquila, com toda piedade e respeito” (1 Timóteo 2.1,2). A oração do crente, neste caso, tem um objetivo: para que vivamos uma vida mansa, tranquila e piedosa. Não é uma oração para condenar as autoridades, mencionando publicamente suas ingerências político-administrativas, como é comum nos púlpitos de várias igrejas, mas uma oração para que Deus conduza as coisas de modo que a sua igreja tenha condições de viver neste mundo em paz e em tranquilidade para promover o seu reino aqui na terra. Orar pelas autoridades políticas e demais autoridades é, assim, um valioso conselho bíblico para a igreja atual.

2. O crente em Cristo precisa saber que deve obedecer às autoridades políticas e demais autoridades, demonstrando sempre cortesia para com elas. O texto bíblico aconselha: “Lembre a todos que se sujeitem aos governantes e às autoridades, que sejam obedientes e estejam prontos para toda boa obra” (Tito 3.1). Neste contexto, a obediência dos crentes às autoridades também inclui respeito a elas, numa atitude santa que não abra margem para difamação e calúnia ou mesmo para participação em movimentos baderneiros contra tais autoridades.  “Que não difamem ninguém. Que sejam pacíficos, cordiais, dando provas de toda cortesia para com todos”, aconselha o texto sagrado (Tito 3.2). No entanto, deixamos claro aqui que a nossa obediência às autoridades existe até o limite em que não sejamos obrigados a desobedecer aos mandamentos de Deus, como sugere o texto de Atos 5.29. Portanto, obedecer às autoridades políticas e demais autoridades é um precioso conselho bíblico que deve ser posto em prática pelos seguidores de Cristo.

3. O crente em Cristo precisa saber que deve viver dentro das leis que regem a vida em sociedade, promovendo o bem e cumprindo com seus deveres constitucionais. A Palavra de Deus aconselha: “Porque os magistrados não são para temor, quando se faz o bem, e sim quando se faz o mal. Você quer viver sem medo da autoridade? Faça o bem e você terá louvor dela” (Romanos 13.3). Como é do nosso conhecimento, a igreja, como uma denominação eclesiástica, está isenta de impostos aqui no Brasil. No entanto, seus membros não. Cada crente em Cristo precisa, enquanto cidadão terreno, pagar seus impostos de forma correta, sem lisura nem falcatrua como aconselha a Palavra divina no texto bíblico supracitado. Além disso, a igreja deve cumprir com os encargos trabalhistas que envolvem aqueles que para ela prestam serviços na condição de um empregado seu. Em outras palavras, ela precisa estar em dia com o fisco, dando um bom testemunho de sua conduta enquanto agência propagadora das verdades do reino de Deus. No entanto, como é de nosso conhecimento, há várias denominações evangélicas que não cumprem com essa obrigação, estando com uma dívida milionária perante o fisco. Em razão disso, muitas delas promovem a política partidária em seus púlpitos objetivando ganhar alguma influência que lhe permita se livrar de tais dívidas. Cumprir com seus direitos constitucionais é, logo, um conselho bíblico que deve permear a vida do seguidor de Cristo e da igreja enquanto denominação.

Portanto, os conselhos bíblicos supracitados são bons e proveitosos para que vivamos a nossa cidadania terrena de modo digno do Senhor, que não se opôs às autoridades de sua época pensando em ocupar o trono deles. Pelo contrário, ele pagou impostos e aconselhou: “Deem a césar o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Lucas 20.25). A Bíblia ainda fala!

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