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Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é
de Deus”
(1 Tessalonicenses 1.4)
A
Bíblia fala sobre a eleição, entendida como o ato de Deus de escolher alguém ou
um grupo de pessoas para um propósito específico. Neste post, apresentamos quatro
fatos a ela relacionados, como seguem.
1. A
eleição é um ato soberano de Deus, pelo qual ele escolhe quem ele quer para a
realização de seus propósitos eternos. Assim, vemos Deus, em sua soberania,
escolhendo Abraão para, por meio dele, fazer uma nação da qual viria o
Salvador, Jesus Cristo (Gênesis 12.1,2; Nemias 9.7).
Mais adiante, também por meio de um ato soberano, Deus escolheu Jacó em
detrimento de seu irmão gêmeo Esaú, quando ambos, netos de Abraão, ainda
estavam no ventre de Rebeca, mãe deles (Romanos
9.10-12). Desse modo, ao rejeitar Esaú, Deus determinou a posteridade de
Jacó como depositária da promessa feita à Abraão, da qual viria o Salvador (Isaías 41.8). Então, podemos dizer que a eleição
é, sim, um ato da soberania de Deus, que faz o que quer e como bem o deseja.
2. A
eleição tem sua razão de ser na pessoa de Cristo, por meio do qual Deus elegeu
a igreja, como pontua o texto sagrado: “como também
nos elegeu nele [Jesus] antes da fundação do mundo” (Efésios 1.4) e “Sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus” (1
Tessalonicenses 1.4). Os pronomes “nos” e “vossa” estão no plural, fazendo-nos
compreender que a eleição de que tratam os textos bíblicos acima diz respeito à
igreja, e não a uma pessoa em particular. Assim, à luz do Novo Testamento,
viver na condição de eleito de Deus depende da aceitação da pessoa de Cristo
como Senhor e Salvador (João 3.16) para fazer
parte de seu corpo, que é a igreja. Desse modo, compreendemos que Deus não elege
uma pessoa em particular para a salvação, desprezando outras. Mas qualquer
pessoa que, ao ouvir o evangelho, crer em Jesus para a salvação, estará na
condição de salvo e eleito por fazer parte da sua igreja. Em outras palavras, o
critério de Deus para a salvação continua sendo a fé em Jesus (Marcos 16.16; Romanos 10.13,14), não a eleição em
si. Portanto, ao crer em Jesus como seu Salvador pessoal, uma pessoa pode se
considerar eleita por fazer parte de seu corpo, a igreja.
3. A
eleição da igreja segue alguns propósitos já estabelecidos por Deus. Neste
sentido, como eleita de Deus desde a fundação do mundo, a igreja, isto é, cada
crente em particular, deve viver em santidade, sendo irrepreensível diante de
Deus (Efésios 1.4) e na sua vida cotidiana,
na relação com as pessoas, como esclarece o texto bíblico: “para que sejam irrepreensíveis e puros, filhos de Deus
inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual vocês brilham
como luzeiros no mundo” (Filipenses 2.15). Também como como eleita de
Deus, a igreja deve anunciar as verdades do evangelho a este mundo perdido: “Vocês, porém, são geração eleita, [...], a fim de
proclamar as virtudes daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz” (1 Pedro 2.9). Além disso, vemos que a igreja também foi escolhida
para dar fruto, como lemos: “Não foram vocês que me
escolheram; pelo contrário, eu os escolhi e os designei para que vão e
deem fruto, e o fruto de vocês permaneça” (João 15.16). Por conseguinte,
a eleição da igreja não foi casual, mas seguiu alguns propósitos de Deus,
criados exclusivamente para ela.
4. A
eleição não é um ato arbitrário, mas ocorre segundo a presciência de Deus (1 Pedro 1.2), isto é, uma escolha que precede um
conhecimento antecipado. Assim, ao longo de toda a Bíblia, vemos Deus
escolhendo pessoas para uma obra específica porque as conhecia. Por exemplo, Deus
elegeu Paulo porque o conhecia e sabia que era a pessoa adequada para a obra
que havia determinado (Atos 9.15). Do mesmo
modo, Deus escolheu Davi, um simples pastor de ovelhas, porque o conhecia e
sabia que podia apascentar Israel, seu povo (Salmos
78.70). Também Deus escolheu Jeremias porque o conhecia e sabia que ele
era o profeta certo para o momento de rebeldia em que vivia Israel (Jeremias 1.5). Deus escolheu faraó, rei do Egito,
para demonstrar seu grande poder às nações, libertando Israel do cativeiro
egípcio. Ele agiu assim porque conhecia o coração de faraó e sabia que ele
resistiria à retirada dos israelitas do Egito (Romanos
9.17). Logo, compreendemos que a eleição existe em função da onisciência
de Deus, que conhece com antecedência todas as coisas passadas e futuras, até
mesmo o coração do ser humano.
Finalizando,
acreditamos que a eleição, enquanto doutrina bíblica, é importante e sobremodo
graciosa, por nos fazer compreender a nossa posição em Cristo como igreja,
dentro do plano divino da salvação. A Bíblia ainda fala!