O que aprendemos com a oferta da viúva pobre?

 


“Jesus disse: Em verdade lhes digo que esta viúva pobre lançou na caixa de ofertas mais do que todos os ofertantes”

(Marcos 12.43)

A Bíblia fala sobre uma viúva pobre que, certa vez, doou todo o seu sustento diário para a obra de Deus. Quando observamos a cena descrita em Marcos 12.41-44, percebemos que ela nos ensina muito mais do que a simples ação de dar dinheiro. Ela nos revela um princípio essencial sobre como Deus vê o nosso coração e a nossa disposição em contribuir com aquilo que temos, por menor que seja. Neste post, apresentamos três lições extraídas desse evento bíblico.

1. Deus conhece a nossa vida financeira e sabe perfeitamente se a nossa renda está aquém ou além das nossas necessidades, como fica evidente nessa passagem bíblica: “Porque todos eles deram daquilo que lhes sobrava” (Marcos 12.44). Sendo assim, quando contribuirmos para a obra de Deus, devemos fazê-lo como se estivéssemos diante dele, conscientes de que ele tudo vê e conhece com exatidão a nossa conta bancária, permitindo que ela cresça ou diminua, conforme os planos que ele, mediante a sua graça infinita, estabeleceu para as nossas vidas nesta terra. Assim, não nos esqueçamos de sua advertência: “Não acumulem tesouros sobre a terra [...], mas ajuntem tesouros no céu” (Mateus 6.19,20).

2. Deus sabe medir com precisão os nossos esforços em prol do seu reino, como sugere o texto sagrado: “da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento” (Marcos 12.44). Com isso, compreendemos que o critério que Deus utiliza para medir o valor de nossas contribuições é diferente do critério dos homens. Para o Senhor, o valor de uma oferta não é medido pela quantidade, mas pela atitude do coração do ofertante. Em outras palavras, o que conta não é o quanto temos para oferecer, mas o quanto estamos dispostos a entregar de nós mesmos, com generosidade e fé. A questão central, então, não se refere a valores, mas ao quanto podemos doar de nós mesmos para Deus e o seu reino.

3. Deus espera que sejamos desprendidos das coisas materiais e que a nossa confiança esteja sempre nele, de modo que, no nosso dia a dia, possamos aprender a depender somente dele, isto é, de sua provisão. É exatamente isso que o texto sagrado comunica, quando diz: “deu tudo o que possuía” (Marcos 12.44). Neste ponto, reitero o desvio teológico praticado em várias igrejas por algumas lideranças evangélicas que, para se apossar do dinheiro dos fiéis, fazem uso dessa passagem bíblica sem considerar suas implicações instrutivas para a vida cristã. Não, esse texto bíblico não diz que devemos dar tudo o que temos a essas lideranças que mais parecem lobos devoradores dos bens dos fieis do que homens de Deus preocupados em instruir e conduzir o povo quanto à vontade de Deus. Pelo contrário, como já aludimos acima, o texto nos faz refletir sobre o nosso desprendimento em relação ao reino de Deus e sobre a nossa confiança na provisão divina, algo essencial à vida cristã e, por conseguinte, bem atual para os dias de hoje, marcados pela incerteza.

Portanto, aprendemos com esse evento bíblico que, o que está em jogo não é a quantidade da oferta, mas a sua qualidade, no sentido de que a verdadeira generosidade não é medida pela quantidade, mas pela disposição de confiar plenamente em Deus, reconhecendo que ele é o provedor de tudo. Somos desafiados a dar não apenas do que nos sobra, mas daquilo que nos custa, com um coração fiel e confiante na bondade de Deus. A Bíblia ainda fala!

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