“Eliseu
disse ao seu servo: Ponha a panela grande no fogo e faça um cozido para os
discípulos dos profetas”
(2
Reis 4.38)
A Bíblia
fala que havia fome na cidade de Gilgal, onde o profeta Eliseu mantinha
estadia. Ali, reunido com os discípulos dos profetas, ele pediu para que o seu
ajudante fizesse um ensopado para alimentação de todos que estavam naquela
reunião, ouvindo a sua palestra. Um dos discípulos presentes, então, saiu para
recolher legumes nas proximidades. Vendo uma trepadeira silvestre, recolheu
alguns de seus frutos e preparou o ensopado. O jovem discípulo não se apercebeu
que estava colhendo um fruto tóxico, causador de fortes cólicas, diarreia e até
morte, o qual muito se assemelhava a um fruto comestível comum naquela região.
Ao comerem daquela sopa, alguém gritou: “Há morte
na panela, ó homem de Deus! E não puderam comer” (2 Reis 4.40). Eliseu,
então, pediu que trouxessem farinha e, pondo-a no ensopado, reverteu o efeito
tóxico dos frutos silvestres. Assim, todos comeram e se saciaram. Neste post,
apresentamos três lições que extraímos desse precioso evento bíblico.
1. O
falso evangelho tem sido disseminado rapidamente na atualidade, servindo de
alimento espiritual para o povo desavisado. Como ele se assemelha muito ao
verdadeiro evangelho de Cristo - já que fala em Deus e nas coisas a ele
relacionadas – as pessoas não têm tido discernimento suficiente para
diferenciar um do outro, o que tem contribuído significativamente para a sua
expansão. Essa falsificação ocorre sempre em ambientes religiosos (2 Reis 4.38), sendo, às vezes, resultado da
escassez do conhecimento das doutrinas bíblicas fundamentais que
verdadeiramente alimentam (1 Pedro 2.2); ou
um processo consciente, doloso, de algumas lideranças que visam tirar proveito
da ignorância espiritual das pessoas para benefício próprio (2 Pedro 2.1). De qualquer forma, precisamos estar
conscientes de que a falsificação da Palavra de Deus ocorre em ambientes
religiosos, partindo de pessoas que, geralmente, têm grande aceitação no meio
cristão-evangélico, estando em evidência principalmente nas mídias sociais. Assim,
precisamos ter cuidado com o que estamos consumindo espiritualmente, pois nem
tudo que parece bom alimenta. Pode haver “morte na
panela” mesmo em ambientes religiosos.
2.
Alguém precisa alertar o povo de Deus e a população em geral sobre o falso
evangelho que, na realidade brasileira, tem gerado cristãos imaturos e
desconhecedores da Palavra de Deus, achando que podem viver uma vida de
comunhão com o Senhor sem transformação de vida, desde que estejam em um espaço
religioso e façam suas contribuições financeiras regularmente. Sendo assim, alguém
precisa gritar: “Há morte na panela, ó homem de
Deus!” (2 Reis 4.40) para que as pessoas tenham consciência de que estão
diante de um evangelho falso, que não alimenta nem produz vida cristã genuína,
de arrependimento e mudança de conduta (2 Coríntios
5.17). E esse alguém pode ser eu e você, caro leitor, que já nos
alimentamos do verdadeiro evangelho, por intermédio do qual cremos no Senhor
que nos resgatou desse mundo tenebroso.
3. Os
homens de Deus, isto é, aqueles líderes que, à semelhança de Eliseu, têm
compromisso com o Senhor e com o seu genuíno evangelho, devem prover a
alimentação espiritual do povo de Deus, expondo-lhes a verdadeira Palavra do
Senhor. O texto sagrado enfatiza que Eliseu, após intervir milagrosamente na
preparação daquele cardápio envenenado, disse: “Sirva
às pessoas para que comam. E já não havia mal nenhum na panela” (2 Reis
4.41), numa evidência de que são eles os responsáveis pela correção das
distorções doutrinárias decorrentes do falso evangelho. Além do mais, eles
precisam estar apercebidos sobre o que se prega dentro e fora de suas igrejas,
tendo a coragem de desfazer todo e qualquer equívoco doutrinário que, virando
modismo, venha a matar espiritualmente o povo de Deus.
Concluindo,
vemos o quanto esse evento bíblico é instrutivo e inspirador. Ele não somente
nos instrui sobre o falso evangelho, mas também nos inspira a estarmos sempre
comprometidos com o verdadeiro evangelho, que conduz o ser humano à fé e a
Cristo (Romanos10.17). A Bíblia ainda fala!