Como vivia a igreja do primeiro século?

 


“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações”

(Atos 2.42)

A Bíblia fala sobre como viviam os crentes em Cristo do primeiro século. O texto de Atos 2.42-47 descreve a vida da igreja logo após o Pentecostes, quando cerca de três mil pessoas creram em Jesus e foram batizadas. Os salvos em Cristo do primeiro século buscavam aprender a doutrina cristã a partir do ensino daqueles que conviveram com Jesus, havendo entre eles um forte compromisso com o discipulado e a formação espiritual. A vida cristã era vivida em comunidade, com apoio mútuo, e a fé não era individualista, mas compartilhada e relacional. Eles praticavam a Ceia do Senhor, mas também faziam refeições juntos, havendo entre eles um espírito de hospitalidade e unidade. A oração era uma prática constante e coletiva, mostrando uma dependência de Deus e uma vida espiritual ativa, marcada pelo temor ao Senhor. Os cristãos compartilhavam seus bens com os necessitados, vendendo suas propriedades para ajudar quem estava em necessidade — um exemplo de generosidade voluntária, não forçada. Havia, assim, uma cultura de justiça social, amor prático e desprendimento material entre eles. Neste post, mostramos as implicações que esse modo de vida dos primeiros cristãos deixa para a igreja contemporânea.

1. A igreja contemporânea é chamada a uma comunhão autêntica, com relacionamentos profundos e apoio mútuo, em um contexto marcado pela cultura individualista, na qual os interesses pessoais se sobrepõem, trazendo inúmeros prejuízos à cristandade, que sofre, inclusive, com as consequências da política partidária que algumas de suas lideranças lhe impuseram em troca de poder político e vantagem financeira.

2. A igreja contemporânea é chamada a um compromisso autêntico com o verdadeiro ensino bíblico. Hoje, mais do que nunca, há uma necessidade constante do ensino fiel das Escrituras, já que vivemos em um tempo de superficialidade doutrinária e descompromisso com a doutrina dos apóstolos, isto é, com o verdadeiro evangelho de Cristo (Atos 2.42).

3. A igreja contemporânea é chamada a um compromisso autêntico com a generosidade como testemunho. Na comunidade dos primeiros cristãos, o estilo de vida altruísta era um testemunho poderoso para o mundo ao redor numa evidente demonstração de que Deus estava no meio deles (Atos 2.47). Do mesmo modo, somos chamados a viver com desapego aos bens materiais, suprindo as necessidades dos outros — especialmente dentro da comunidade cristã (Atos 2.45).

4. A igreja contemporânea é chamada a viver como um corpo vivo, não apenas como uma instituição. Ela não é apenas um lugar ou uma organização, mas um corpo vivo, relacional, orgânico, cheio do Espírito Santo, devendo se comportar como tal, sempre buscando o engrandecimento do nome do Senhor e dele dando testemunho no meio da sociedade pervertida de hoje (Atos 2.43).

5. A igreja contemporânea é chamada a viver uma espiritualidade equilibrada. Assim como a igreja primitiva unia Palavra, oração, comunhão e ação, assim também a igreja atual deve viver, sem que haja diferença entre a sua espiritualidade e a sua vida prática cotidiana (Atos 2.44).

Portanto, a igreja do primeiro século vivia com simplicidade, fé viva e prática amorosa. Ela era uma comunidade que refletia o Reino de Deus em suas ações cotidianas. Hoje, somos desafiados a recuperar esse espírito cristão, não copiando formas culturais do passado, mas aplicando os princípios eternos de unidade, ensino da Palavra, oração, comunhão e generosidade em nosso contexto atual. A pergunta que fica é: Como podemos ser uma igreja mais parecida com a de Atos 2, dentro da realidade em que vivemos hoje? A Bíblia ainda fala!

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