“Mas,
ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que
já vos tenho anunciado, seja anátema”
(Gálatas 1.8).
A
Bíblia fala que, nos últimos dias, a mensagem do evangelho será distorcida,
dando lugar a ensinamentos que não condizem com o verdadeiro evangelho de
Jesus. Essa distorção da mensagem bíblica tem relação com a teologia liberal e,
principalmente, com a teologia da prosperidade, presentes nas mídias sociais e
nos púlpitos de várias igrejas, atraindo multidões em busca de algo melhor para
suas vidas materiais. Esse novo “evangelho” – que aqui denominamos de evangelho
dos homens – traz a ilusão de que é possível viver em comunhão com Deus sem ter
experimentado o novo nascimento, isto é, uma nova vida em Cristo (2 Coríntios
5.17), sendo necessário apenas que a pessoa obtenha prosperidade material. Há
vários pastores que seguem essa linha teológica, atraindo um grande número de
seguidores, seja em suas igrejas ou nas suas redes sociais. Neste post, mostramos três características
desse evangelho.
1.
O evangelho dos homens é antropocêntrico, existindo para satisfazer os
interesses dos seus ouvintes. Ele não fala da santidade de Deus, nem de sua
justiça, mas apenas de sua bondade, como se Deus existisse apenas para
satisfazer o ego humano, sendo a razão maior de sua felicidade. Esse evangelho
não coloca o ser humano na condição de criaturas dependentes de Deus, que
existem para função de sua glória, mas faz de Deus um mero criador, que depende
de suas criaturas para ser feliz, vivendo em função da satisfação de seus
desejos egoístas e mesquinhos.
2.
O evangelho dos homens tem um caráter monetário, isto é, enfatiza as questões
financeiras como sendo prioritárias, com promessas que agradam aos ouvintes, que
são orientados a barganharem com Deus em troca de algum benefício material. Na
concepção teológica dos que pregam esse evangelho, o sucesso financeiro e o
bem-estar material são elementos indicadores de uma vida de comunhão com Deus
bem sucedida. Deus, nesta concepção, serve apenas para prover, para suprir as
necessidades materiais de seus “seguidores”, sem exigir nada deles. Essa ênfase
monetária, no entanto, traz benefícios apenas para os propagadores desses falsos ensinamentos, que
enriquecem às custas da ignorância de
pessoas que querem se aproximar de Deus de forma errada.
3.
O evangelho dos homens cria crentes religiosos, e não adoradores de Deus, que
temem a ele e vivem em função da glória de seu nome, em quaisquer
circunstâncias. Assim, a vida dupla é a característica marcante desses crentes
expostos a esse falso evangelho: estão na igreja, mas seu coração está no
mundo, ou melhor, nas coisas do mundo; falam de Deus, como se a ele servissem,
mas se curvam aos ídolos da avareza, do orgulho, do adultério, da fornicação, da
mentira, do engano. Certamente, esse não é o evangelho de Cristo, mas dos
homens.
Portanto,
a ausência de um evangelho verdadeiro tem trazido muitas implicações para a
igreja atual. Se por um lado ela cresce em número neste país, por outro ela
diminui em qualidade. As pessoas expostas ao falso evangelho e por ele
convencidas tornam-se ativistas religiosos, desconhecendo o verdadeiro
evangelho e o que ele representa para a vida cristã, a vida com Cristo. A Bíblia
ainda fala!
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